quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Hoje

Escrevo primeiro pra dizer que Paul McCartney é definitivo, assim como a vida.
Espero que tudo que está para acontecer eu entenda e aceite. Como diria o poeta: " planos são coisas que a gente faz enquanto a vida passa". Eu vejo o sorriso da criança que agora me disse "oi", e me dá vontade chorar, é Natal...
Agradeço por tudo, pelos amigos, pela familia, pela minha Tinina, e sofro por antecipação.
Definitivo é o amor com que se vive. Como diria ele, o poeta: "que a vida compense e que seja feliz". E as coisas que me aflingiam ontem, hoje não têm a menor importância.

(Léo Pinheiro)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Isso doeu pra caramba

Em meio ao pó mortal
Do sol a pino,
Escorre no rosto
A lágrima do escaldante calor
De uma mina de ilusões
Fere fundo o corte da cana
Deixa sujo.
Mina, o sangue. O carvão!
De doce nada tem
Hipocrisia...
Me vem um tal homem do povo
Dizer que é tudo natural
Ainda bem que ainda podemos respirar
Enquanto nos resta um pouco de ar puro
Eu!! Prefiro cortar as palavras
E tentar extrair da minha própria mina
Um pouco do que ainda me resta
Da vontade de seguir
Como disse Caetano,
Que não corta cana nem extrai carvão.
“...o brasileiro tem que parar de reclamar
E seguir acreditando que tudo
Um dia vai mudar.”
Isso doeu pra caramba.

(Léo Pinheiro)

Gente

Tem gente que corre
Tem gente que anda
Tem gente que passa na frente dos outros
Tem gente que fica pra trás

Tem gente, que gente maluca
De pedra, que vive inventando
A cura, e refazendo a doença
Reinventando a roda, por mera displicência

Planta de ponte que cobre
O monte de ontem que alguém esqueceu
De levar, de comer, de escarrar,
De reter, de amar

O tiro, a largada, espreitada demais.
Incoerente é o rosto, do meu presidente
Gente que tenta, gente, que gente!?
È gente quem ama e odeia, é gente quem erra demais

(Léo Pinheiro)

Noites de Sol

Conte-me tudo
Sabe-se nada de nós
De tudo! Espero apenas a dor
Que me surpreenda o amor

Desabafo o peito
Corre o tempo para o nada
Tudo pode ser

Se nós nos perdemos
No meio da tempestade
A calmaria chegará.
Belos sonhos virão...
Lindas noites de sol.

(Léo Pinheiro)

Povo do Brasil

Quem sobe as escadas da Penha
Quem faz o maior alvoroço
Canta pra Deus pede chuva
Quem uiva no mês de agosto
É virgem aquele que ama
Como se fosse a primeira vez
Canto pra espantar os males
Sou pó, sou poeira na estrada

Eeee, Mundo cão
Eu grito e ninguém socorre
Eeee, mundo bão
É pena que a gente morre

Meu Pai o criador do mundo
Ta cansado de tanto ajudar
Esses filhos que nunca se cansam
Eu deixo a vida me levar
Lavando roupa na bacia
A tia, o pai e o avô
Sol a sol de noite ou de dia
Essa é a vida do trabalhador

Quem foi pra avenida sambar
Sem se preocupar e todo mundo viu
Na quarta feira de cinzas
Agradece que o Cristo sorriu
Minha escola de samba perdeu
Esse começou errado
Mas eu levo a vida de leve
É na brisa que eu me agasalho

Meu pai abençoa esse povo
Que tem ombro e bom coração
Sou seu filho e não fujo da guerra
Nem que seja sem a cerveja e o feijão
Mas se posso escolher
Oi que eu pego o viola
E do jeito na situação
Do um aperto na nega
E saio pra curtir o domingão

Eeee, Mundo Cão
Eu grito e ninguém me escuta
Eeee, mundo bão
É pena que a gente morre

(Léo Pinheiro)

Caça Urbana

Caça caçada no meio da rua
Verdade exposta, nua e crua
Pra quem quiser ver

O rosto da atriz, do velho pedinte
Do carro saindo navio partindo
E sem direção

Saudade de casa, fim de semana,
Broa de milho, estórias de avó

Coco quebrado,
Meia palavra,
Quem foi baleado,
Quem foi esquecido,
Bandido ou milico,
Vida de cão.


(Léo Pinheiro)